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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Vivα o lαdo Franciny dα vidα!


Sou a emoção do perigo, desde que eu possa cobrir o risco. Sou sorriso tímido em algumas horas e gargalhadas escancaradas em outras. Sou o tesão de uma missão cumprida, com gostinho de quero mais ainda. Sou uma piadinha boba bem contada. Sou falar com Deus bem baixinho à noite, e ir à igreja quando dá vontade. Sou um sorriso aberto de quem estava com saudades de me ver. Sou muitas amizades e amigos.
Sou arroz soltinho, cupim assado, suco de limão, milk-shake, pizza de palmito, pizza de brigadeiro, batata frita e danoninho. E na sobremesa, eu sou um bolo de morango cheio de chantilly, sorvete com calda de caramelo ou mousse de maracujá. Sou muito, mas muito chocolate, de todo jeito.
Sou a minha casa mais do que a rua, os móveis confortáveis e a cozinha enorme. Sou olhar o céu da varanda com noite de lua cheia e estrelas brilhando, em tempo ameno, ouvindo música. Sou o meu quarto. Sou a minha cama king size, dormir agarrada com o travesseiro. Sou a mesa e a cadeira do computador. Sou banho gelado em dia quente. Sou cremes, perfumes, batom rosa no dia a dia e vermelho em ocasiões pra lá de especial, presilhas e muita bijuteria  Sou sapato alto, rasteirinhas, lingerie de renda e de algodão, calça jeans e blusas coloridas. Sou pouca maquiagem, coque no dia-a-dia e cabelo solto e arrumado aos fins de semana. Sou milhares de relicários, as gavetas cheias de fotos, cartas, lembranças das quais eu não consigo me desfazer. Sou lápis de cor, tinta, papel.
Sou uma idéia de organização que nunca se concretiza. Sou um NÃO gigante a grande parte das regras e um boom criativo e intuitivo na maior parte das vezes. Sou uma vida lotada de amigos, um sorriso simpático, compreensão acima de tudo, um abraço inesperado. Sou dizer e ouvir palavras que emocionam.
Sou um punhado de cartas, cartões e e-mails de amor, todos longos e intensos. Sou um amor mal resolvido, e mais outro. Sou a recusa de ficar ao lado de alguém só por ficar. Sou a opção de um romantismo e sem vergonha de ser assim. Sou uma folha em branco pra desenhar e escrever o que tiver vontade. Sou segurar as lágrimas nos olhos. Sou calar pra não magoar. Sou gentilezas, carinhos e mimos. Sou dormir abraçado, um olhar arrebatador, uma palavra sussurrada no ouvido, um beijo roubado. Sou muito, muito beijo, muito toque, muito abraço apertado, muito desejo, me entregar totalmente se me sentir segura e amada. Sou dengo até não poder mais. Sou insistir até onde aguentar.
Sou a saudade do colo da minha mãe, a saudade da cara fechada do meu pai, a saudade das brincadeiras com meus irmãos. Sou ficar tentando lembrar o que eu sonhei toda manhã. Sou a saudade dos meus amigos da adolescência, das escolas onde estudei e dos professores que tive. Sou a saudade de pessoas que eu amei e que se foram. Sou a vontade de voltar a ser uma menina quando canso de ser adulta, e sou o orgulho de ter vencido até aqui. Sou um eterno procurar o lado bom da situação, um eterno racionalizar.
Sou Chico Buarque, Renato Russo, Maria Gadu, Cheiro de Amor, Ana Carolina, Chiclete com Banana, Ramones, Cold Play, novela das oito, dançar axé, desenho animado, Chaves, filmes, Internet com conexão rápida e milhares de e-mails, Fernando Pessoa, Marta Medeiros, Reinaldo Azevedo, esporte na TV, GALO até morrer, música de todos os jeitos.
Não sou de jeito nenhum (por mais que eu tente): suco de graviola, grosseria, falsidade, mentira, abóbora, quiabo, matemática, sofrimento.
Sou assistir um filme debaixo da coberta num dia frio. Ligar o rádio bem alto enquanto arrumo a casa. Surpreender e ser surpreendida. Contar histórias pras crianças. Ouvir palavras doces e elogios sinceros. Comer melancia com colher. Receber ligação no celular. Descobrir que eu estava certa. Ser desculpada quando piso na bola. Cheiro de neném... Isso tudo e mais um pouco sou eu!!


Vivα o lαdo Franciny dα vidα!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Por favor, não me ame!


Dizem que as mulheres que passam dos trinta ficam desesperadas pra casar. Dizem. Ninguém diz nada dos homens. Ou melhor, não diziam. Porque, agora, eu vou dizer. Cansou minha beleza esse papo de mulheres desesperadas, afobadas e apressadas pra casar com o primeiro que aparecer. O que eu tenho visto por aí é muito diferente disso. Os homens estão desesperados à procura de uma mulher bacana pra namorar. Pra namorar, que fique claro. Porque pro resto está sobrando.
Com o tanto de mulher fácil que tem por aí, os homens estão ficando mais seletivos e – acreditem – querendo um relacionamento sério com uma pessoa só. Quando sexo era artigo de luxo, sexo prendia um homem a uma mulher. Hoje em dia, sexo eles conseguem na primeira noite, então os critérios de seleção passaram a ser outros. E com o tanto de mulher dada por aí, os homens pararam de procurar sexo (porque sexo ta em promoção na banca da feira) e começaram a procurar um relacionamento. Relacionamento sério hoje em dia virou o novo artigo de luxo.
Criamos a carência masculina. Homens saturados de noites calientes e camas vazias. Homens que cresceram como bebês chorões e pidões. Cidadãos que te ligam vinte vezes no dia seguinte e não querem desligar o telefone (isso não era coisa de mulher?). Cidadãos que querem namorar antes mesmo de te conhecer direito. Estamos provando do nosso próprio veneno. Gostamos? Ainda é cedo pra avaliar. Mas já é fato que não são mais as mulheres que estão desesperadas depois dos trinta.
O cidadão já quer te conhecer te enchendo de perguntas indiretas pra saber se você vai ser a futura mãe dos filhos dele. Oi??? Por que você ta me perguntando se eu quero ter filhos, meu filho? Já ta na hora desse assunto? Ele já te inclui no próximo final de semana e nas férias dele. Oi??? Não ta indo muito rápido? Nem sei se eu quero nada sério com você. Não importa. Ele quer. Antes mesmo de te conhecer, ele quer um relacionamento sério. Na cabeça dele, ele cria a mulher ideal. Aí escolhe uma pra vestir o personagem criado por ele e pronto. Achou a mulher ideal – ele pensa. Tamanha a afobação.
Quando eu era bem nova (não faz muito tempo, ta?!), existia um livro chamado “Por favor, não me ame”. Nunca cheguei a ler esse livro e hoje em dia não está mais à venda. Mas acredito que quem escreveu aquele livro me entenderia hoje. Não que eu não queira ser amada. Pelo contrário. Quero amor de verdade. Não quero preencher carências de gente que quer se casar a todo custo. Não quero que me amem porque eu preencho certos requisitos pré-definidos. Não quero que me amem porque a idade chegou ou porque é hora de pararem com as baladas e constituírem uma família. Não quero ser tapa-buraco de ninguém. De homens que nunca levaram ninguém a sério e resolveram fazer isso agora. De homens separados e sem filhos que não aguentam mais ficar sozinhos. De homens que nunca se casaram e decidiram que a hora é essa. De homens que ficaram tão carentes com a idade que não aguentam a si próprios.
As mulheres, que antigamente tinham medo de ficar pra titia se não se casavam antes dos trinta, agora têm um novo medo: de homens desesperados porque passaram dos trinta